A constituição e reforma dos sistemas educativos no Brasil e na Argentina: histórias conectadas (1820-1980)

VIDAL, DIANA Y ASCOLANI, ADRIÁN (ORGANIZADORES)

Cortez Editora

Lugar: San Pablo; Año: 2009 p. 270

978-85-249-1518-5

Este livro apresenta alguns dos resultados finais das investigações levadas a efeito pelo pojeto binacional “A constituição e reforma dos sistemas educativos no Brasil e na Argentina: histórias conectadas (1820-1980)”, realizado com o apoio financeiro da CAPES e do SECyT/MINCyT. Reunindo equipes de pesquisadores argentinos, sob a coordenação de Adrian Ascolani, e brasileiros, sob a coordenação de Diana Gonçalves Vidal, o projeto desenvolveu-se entre os anos 2007 e 2009. Dentre suas atividades, contabilizam-se uma missão de trabalho, um pós-doutorado e um doutorado sanduíche, por parte da equipe brasileira na Argentina, além de duas missões de trabalho e um pós-doutorado, por pesquisadores argentinos no Brasil. O mote, que congregou os acadêmicos dos dois países, consistia no reconhecimento de que, malgrado as trajetórias históricas específicas, partilhamos de problemas educativos similares como, por exemplo, a desigualdade de acesso e permanência das classes populares à educação formal. Nossa expectativa era compreender a constituição histórica e as sucessivas reformas dos sistemas educativos, com o cuidado em atentar para as tensões existentes entre os projetos educativos das elites, os anseios reformistas dos educadores e as demandas de escolarização dos grupos sociais. A ela, acrescentava-se uma recusa: tratar a problemática educativa circunscrita às fronteiras nacionais. Partimos da premissa que nossas histórias estão “conectadas”, o que nos levou a considerar que somente trabalhando em conjunto poderíamos produzir respostas, ainda que provisórias, às interrogações teóricas e práticas postas para a educação nos dois países. Por um lado, o desenvolvimento da escola tanto no Brasil quanto na Argentina se coadunava ao movimento internacional de difusão da escolarização de massa. São evidentes as trocas estabelecidas, nos séculos XIX e XX, entre os países latinoamericanos e as nações européias e os Estados Unidos da América e a semelhança na implantação da forma escolar moderna. Por outro lado, são inegáveis a circulação de educadores entre Argentina e Brasil no mesmo período e a remissão à bibliografia local. Os dois processos indiciavam que, a despeito de histórias nacionais específicas, a organização da educação formal nos dois países extrapolava os limites geográficos e se enlaçava de múltiplas maneiras. Foi tomando como desafio este conjunto de questões que nos dispusemos a debruçar sobre os seguintes eixos de interpretação: a) historiografia da educação sobre a temática nos dois países; b) circulação de pessoas, objetos culturais e modelos pedagógicos; c) culturas escolares e processos de escolarização (a escola compreendida na interioridade de seus processos e na relação com a sociedade); e d) reformas educativas e conflitos sociais (a sociedade e a política educacional percebidas com relação às praticas escolares e às disputas sociais pela escola ideal).