Marxismo na América Latina

KATZ, CLAUDIO

Marxismo. Teoria, História e Política

Alameda Editorial

Lugar: Sao Pablo; Año: 2012; p. 83 - 100

O debate sobre o marxismo na América Latina esteve tradicionalmente vinculado à problemática da revolução. Esta temática decaiu abruptamente nos anos 90 como conseqüência do colapso da URSS, da expansão do constitucionalismo e do auge do neoliberalismo. Em um clima de hegemonia do pensamento conservador, a revolução foi expurgada da linguagem política. Converteu-se em um conceito censurado na academia, esquecido pelos meios de comunicação e evitado por muitos intelectuais. Esta proibição foi recentemente destruída e ao final esse conceito foi reincorporado ao léxico corrente de vários países. Ele é utilizado diariamente na Venezuela, recuperou legitimidade na Bolívia, adota referências cidadãs no Equador, motivou importantes controvérsias na Argentina durante a insurreição de 2001 e persiste como um conceito central da sociedade cubana. A revolução é um tema inevitável se o objetivo é esclarecer quem dirige o estado e não somente quem preside o governo. Permite explicar como se obtém, mantém ou perde o poder. Seu debate coloca as grandes alternativas estratégicas no centro da cena. A revolução é necessária, conveniente ou factível na atualidade? Que formas e variedades ela apresenta na era contemporânea? É um acontecimento prescrito ou tenderá a irromper no futuro?