INVESTIGADORES
MARTINELLI AgustÍn Guillermo
congresos y reuniones científicas
Título:
Estudo comparativo de moldes endocranianos de dois Notosuchia do Cretáceo Superior do Grupo Bauru
Autor/es:
PEDRO MORAIS FONSECA; V.C. LOURENÇO; AGUSTIN MARTINELLI; MARINA BENTO SOARES; MARINHO, THIAGO S.
Reunión:
Congreso; XXV Congresso Brasileiro de Paleontologia; 2017
Resumen:
A reconstrução das cavidades internas de crânios fósseis, por meio de tomografias, possibilita o reconhecimento de estruturas relacionadas aos órgãos sensoriais e ao encéfalo, as quais, geralmente, não se preservam. Este tipo de abordagem permite realizar inferências de cunho paleobiológico e taxonômico. No presente trabalho foram analisados moldes endocranianos de duas espécies de crocodiliformes do Cretáceo Superior do Grupo Bauru, de Minas Gerais. Para tal, os crânios de Campinasuchus dinizi CPPLIP 1360 (Formação Adamantina) e de Uberabasuchus terrificus CPPLIP 630 (Formação Marília) foram tomografados em um CT scanner Toshiba Aquilion 64. Obteve-se 511 imagens para o primeiro e 527 para o segundo espécime, com 0,5 mm de espessura e 0,25 mm de espaços entre elas. Os moldes endocranianos foram reconstruídos utilizando-se o software InVesalius 3.0. Comparações anatômicas foram feitas com táxons de Notosuchia e Crocodylia. Ambos os espécimes apresentam o bulbo olfatório desenvolvido, semelhante a Notosuchus e Wargosuchus. A porção anterior deste liga-se ao hemisfério cerebral por meio da ponte, sendo mais prolongada e estreita em C. dinizi e mais robusta e curta em U. terrificus. O trato e o bulbo olfatório em ambos não apresentam curvatura ventral como em representantes atuais, e encontram-se paralelos à linha do teto craniano em C. dinizi e oblíquos a esta em U. terrificus. O hemisfério cerebral de C. dinizi tem aspecto mais estreito, semelhante a Sebecus e Caiman gasparinae. Já em U. terrificus, o hemisfério cerebral apresenta-se expandido lateralmente e mais curto, como em Caiman latirostris. Nos dois crânios o lobo óptico apresenta-se separado por um sulco longitudinal raso, sendo este mais evidente em C. dinizi do que em U. terrificus. Este padrão difere do encontrado em C. gasparinae, o qual não apresenta separação evidente entre os lobos. O presente estudo encontra-se em desenvolvimento, porém os dados preliminares demonstram que ambos os táxons apresentam semelhanças anatômicas no endocrânio, o que permite inferir que ocupavam nichos ecológicos equivalentes. Além disso, um bulbo olfatório desenvolvido implica em uma capacidade olfatória mais acurada, o que reforça a proposta de hábitos terrestres para Baurusuchidae e Peirosauridae.