INVESTIGADORES
MARTINELLI AgustÍn Guillermo
congresos y reuniones científicas
Título:
Registros de Archosauriformes da Formação Sanga do Cabral (Triássico Inferior): O início do domínio diápsido no Mesozóico do Oeste gondwânico
Autor/es:
FELIPE PINHEIRO; VOLTAIRE PAES NETO; AGUSTIN MARTINELLI
Reunión:
Simposio; X Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados; 2016
Resumen:
A Formação Sanga do Cabral (Sul da Bacia do Paraná), de idade Induano-Olenekiano, representa o único registro fossilífero, em territóriobrasileiro, da fauna que sucedeu a crise do final do Permiano. Sua idade eotriássica é balizada pela presença do pararréptil Procolophon trigoniceps,ao qual se somam anfíbios temnospôndilos (com um táxon nominal, o Rhytidosteidae Sangaia lavinai), elementos pós-cranianos atribuídos a cinodontes, vértebras cervicais alongadas de ?Protorosauria? (Archosauromorpha), elementosfragmentários tentativamente identificados como Archosauriformes, além do recentemente descrito arcossauromorfo não-arcossauriforme Teyujagua paradoxa. Neste contexto, a Formação Sanga do Cabral se mostra como uma unidadechave para a compreensão do câmbio faunístico que resultou no domínio mesozoico dos Archosauriformes. Para a Formação Buena Vista (Uruguai), presumivelmente correlata à Formação Sanga do Cabral, foi recentemente reportada a presença de elementos cranianos fragmentários e vértebras de arcossauriformessemelhantes a Proterosuchus. Na formação Sanga do Cabral, entretanto, materiais diagnósticos atribuíveis a arcossauriformes basais não foram,até então, reportados. Recentes coletas realizadas em afloramentos especialmente produtivos da Formação Sanga do Cabral, em adição à reavaliação de espécimes há muito depositados em coleções científicas, nos revelaram uma inesperada diversidade de arcossauromorfos na unidade, com a presença inequívoca de diversos arcossauriformes basais. Destacamos aqui uma vértebra cervical de centro alongado e anficélico, portando quilha ventral bem desenvolvida e cristas laterais em forma de asas, localizadas posteriormente às diapófises e se expandindo anteriormente. Seu espinho neural é alto, sutilmente expandido lateralmente e de contorno aparentemente quadrangular. A morfologia deste espécime apresenta pronunciado similaridade com o arcossauriforme basal Chasmatosuchus rossicus, previamente reportado para o Olenekiano inicial da Rússia. Além deste espécime, reportamos, ainda, duas vértebras dorsais de centro também anficélico e portando crista ventral, profunda fossa localizada na base do espinho neural e apresentando tuberosidades bem desenvolvidas abaixo dos processos transversos (estas últimas sendo peculiares a arcossauriformes basais genericamente classificados como ?Proterosuchia?). Estes espécimes trazem perspectivas empolgantes para a compreensão do câmbio faunístico ocorrido no Oeste gondwânico no intervalo neopermianoeotriássico e, especialmente, da diversificação inicial dos arcossauriformes, que levou ao domínio diápsido que perdurou por todo o Mesozóico.