INVESTIGADORES
BOTTO Mercedes Isabel
congresos y reuniones científicas
Título:
Os 25 anos do Mercosul: "velha nova? etapa à vista?
Autor/es:
BOTTO, MERCEDES
Lugar:
sao paulo
Reunión:
Taller; workshop: mercosul: um tango argentino?; 2016
Institución organizadora:
ICTSD
Resumen:
Embora sejam mais do que sócios comerciais, Argentina e Brasil ainda são menos que irmãos. Diferentemente dos laços familiares, um projeto de integração regional é baseado na vontade e nos interesses das partes. No Cone Sul, contribuíram enormemente para sua criação fatores exógenos, como os processos de redemocratização, a reforma estrutural implementada durante a década de 1990 e a globalização econômica e tecnológica. Por outro lado, o caminho seguido pelo Mercado Comum do Sul (Mercosul), com seus avanços e retrocessos, resulta das prioridades estabelecidas pelos governos nacionais que o compõem.o discutirmos o presente e o futuro do Mercosul, é importante entender a dinâmica que caracteriza seus primeiros 25 anos de vida. Antes, é necessário sublinhar que o Tratado de Assunção marca a formalização de um projeto envolvendo não apenas as dimensões econômica e política: o Mercosul também representa um processo de construção social. Da mesma maneira, a iniciativa é mais do que um acordo comercial, possuindo uma agenda aberta.Entre os estudiosos do Mercosul, é consensual a opinião de que sua história pode ser dividida em duas etapas. Na fase inicial, a prioridade era aumentar os fluxos de comércio e investimento. Para tanto, os membros do bloco lançaram mão de instrumentos como uma política de liberalização seletiva e o estabelecimento de uma tarifa externa comum (TEC). Cerca de uma década após a assinatura do Tratado de Assunção, questões como a integração social e produtiva adquiriram protagonismo no discurso de seus participantes. Assim, a partir de 2002, o Mercosul foi marcado pela busca por maior cooperação econômica, política e social.Analistas também concordam com o diagnóstico de que o Mercosul não alcançou seus objetivos em nenhuma das duas etapas. Embora a integração comercial tenha levado a um rápido crescimento dos fluxos intrarregionais de bens, metas como a consolidação e o aprofundamento da interdependência produtiva não se concretizaram. Longe de transformar o tradicional padrão de inserção de seus membros na economia global ? baseado na exportação de commodities agrícolas e minerais ?, o Mercosul contribuiu para o estabelecimento de uma relação dual com o mundo. Por um lado, o Brasil ocupou a posição de principal provedor de bens manufaturados para os Estados da região, realidade que não esconde a participação decrescente desses produtos nas vendas dos outros sócios do Mercosul à América Latina. Por outro lado, cresceram as exportações de commodities a terceiros países. O Mercosul "social e produtivo" teve destino semelhante. Nesse caso, as expectativas iniciais previam a geração de um desenvolvimento mais equitativo. Imaginava-se, por exemplo, que o  bloco poderia apoiar a instituição de cadeias de valor de alcance regional, assim como criar políticas de compensação entre os sócios. Contudo, os objetivos ambiciosos não se concretizariam. Mais de dez anos após a inauguração dessa segunda etapa, predominam os resultados simbólicos ou insuficientes.