Dentes de titanossauros (Dinosauria: Sauropoda) da Formação Marília (Maastrichtiano) de Uberaba, Minas Gerais, Brasil

THIAGO MARINHO; AGUSTIN MARTINELLI

Gramado

Congreso; XXIII Congresso Brasileiro de Paleontologia; 2013

A Formação Marília (Bacia Bauru, Maastrichtiano) aflorante no município de Uberaba (Minas Gerais, Brasil) possui um amplo registro de fósseis de vertebrados. Esses fósseis são frequentemente encontrados nos sítios paleontológicos de Peirópolis e da BR-050, e compreendem dinossauros titanossauros e terópodes, crocodiliformes, tartarugas, anuros, peixes e aves. Dentre os fósseis de dinossauros, alguns dos mais comuns são os dentes isolados, principalmente de terópodes, enquanto os de titanossauros são mais raros. A presente contribuição visa descrever os dentes de titanossauros do município de Uberaba de Uberaba depositados no Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor Price e avaliar sua morfologia, acrescentando novos dados para a diversidade desses animais na região. Os dentes de titanossauros são geralmente alongados e com seção transversal circular à subcircular, garantindo a estes um formato cilíndrico levemente recurvados lingualmente. Todos os dentes analisados possuem algum tipo de desgaste e esmalte finamente enrugado. Três morfótipos puderam ser reconhecidos: (1) dentes robustos, seção transversal circular, ápice da coroa mais afilado do que a base e sem bordas mesial e distal; (2) dentes com seção transversal elíptica devido à compressão labiolingual, bordas mesial e distal agudas, ápice da coroa mais afilado do que a base, leve curvatura mesiodistal e curvatura labiolingual discreta; e (3) dentes muito mais delgados do que os morfótipos 1 e 2, seção transversal circular e sem bordas mesial e distal. Um dos dentes estudados (CPPLIP 1166) destaca-se pelo seu grande tamanho, com altura total preservada de 73 mm e altura da coroa preservada de 62 mm, superando o tamanho de 56 mm de MML-PV 1030 proveniente da Formação Allen da Patagônia Argentina, considerado até o momento como o maior dente de titanossauro conhecido. Embora os dentes estudados não podem ser referidos as espécies reconhecidas com base em materiais póscranianos para a Formação Marília em Uberaba (i.e., Baurutitan britoi, Trigonosaurus pricei e Uberabatitan ribeiroi), eles aportam dados significativos para a morfologia e paleobiologia deste grupo.