PERSONAL DE APOYO
SUAREZ Pablo
congresos y reuniones científicas
Título:
Uso de Microhábitat e Biologia Reprodutiva de Bolitoglossa paraensis (Unterstein, 1930) (Urodela, Plethodontidae)
Autor/es:
SELVINO NECKEL-OLIVEIRA; JOÃO F. M. SARMENTO; ULISSES GALATTI; PABLO SUÁREZ; CRISALDA LIMA; AMANDA A. LIMA
Lugar:
Belém
Reunión:
Congreso; III Congresso Brasileiro de Herpetologia; 2007
Institución organizadora:
Sociedade Brasileira de Herpetologia / Museu Paraense Emílio Goeldi / Universidade Federal do Pará
Resumen:
Estudos sobre biologia e ecologia de salamandras tropicais foram feitos principalmente na América Central. Bolitoglossa paraensis tem desenvolvimento direto, e é a única espécie de salamandra registrada no Brasil. No entanto sua biologia reprodutiva e uso de microhábitats ainda permanecem desconhecidas. Este trabalho visou conhecer aspectos da biologia reprodutiva e uso de microhábitats por B. paraensis numa área de floresta primária no Município de Santa Bárbara, próximo à região Metropolitana de Belém, PA. De dezembro de 2005 a abril de 2007, nós fizemos oito expedições noturnas a área de estudo. Em cada expedição, quatro pessoas andavam por uma trilha por duas horas vasculhando desde o chão até cerca de 5 m altura por salamandras. Cada animal encontrado era coletado e trazido para laboratório e seu local de encontro era registrado. No laboratório os animais foram pesados, medidos e, no caso de machos, também foi observado a presença/ausência de glândula mental. Os animais foram sacrificados e dissecados para a determinação do sexo e condição reprodutiva (indivíduos jovens ou maduros). Durante este estudo, 103 salamandras foram registradas, 48% delas eram machos e fêmeas maduras. As fêmeas maduras eram significativamente maiores e mais pesadas do que os machos maduros (P < 0.01). O tamanho e o peso médio das fêmeas eram de 40.5 ± 3.1 mm e 1.0 ± 0.2g, respectivamente, enquanto o tamanho e peso dos machos foi 35.3 ± 2.5mm e 0.7 ± 0.2g, respectivamente. Fêmeas maduras tinham em média 10.9 ± 1.9 ovos por desova. Tanto jovens como indivíduos maduros foram encontrados principalmente sobre folhas de arbustos (67%) a cerca de 1.2 ± 0.5 m do chão, troncos de árvores (29%) a cerca de 1.3 ± 0.4 m do chão e outros (4%) 0.9±0.4 m do chão.  O dimorfismo sexual encontrado para B. paraensis segue o padrão registrado para B. rufescens no México, mas não é um padrão comumente observado para o grupo. O tamanho médio da desova esta de acordo com aqueles encontrados para os pletodontideos de regiões tropical e temperada com tamanho de corpo similares. O uso de microhábitat arbóreo por B. paraensis sugere uma forte associação com os hábitats florestados, reforçando a importância de conservação das áreas de floresta nativas da região metropolitana de Belém como um dos locais mais importantes para a manutenção dessa singular representante da fauna brasileira.