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Triatoma jatai é a primeira espécie, recentemente descrita, com localidade tipo no Estado do Tocantins, e foi capturada no município de Paranã (TO), em 8 pontos de coleta durante o período de 2005 a 2010 em afloramentos rochosos. Ocorre em simpatria com Triatoma costalimai, porém não foram encontradas ocupando simultaneamente o mesmo habitat. Enquanto T. costalimai vem invadindo e colonizando o domicílio apresentando-se infectado por Trypanosoma cruzi, T. jatai não apresentou-se com infecção, embora capturado no domicílio mas sem sinais de colonização. Como se trata de uma espécie da qual não se tem o conhecimento de sua biologia, este estudo contribuirá por gerar informações acerca do ciclo de desenvolvimento, para o entendimento de sua relação com o ambiente e consequentemente para elaborar as ações de controle vetorial na prevenção da transmissão da doença de Chagas no Estado do Tocantins. Neste trabalho são apresentados os resultados preliminares sobre o ciclo de vida de T. jatai. A partir de quatro fêmeas procedentes de afloramentos rochosos foram separados 32 ovos, os quais foram acondicionados em frascos de Borrel, devidamente identificados de acordo com a data de postura, e observados diariamente para a avaliação dos seguintes parâmetros: tempo de incubação, duração de cada estádio e morte. As alimentações foram quinzenais realizadas sob camundongos suíços (licença CEUA LW ? 14/10). O experimento foi realizado em temperatura ambiente de 26oC e umidade relativa de 70%. Os 32 ovos obtidos apresentaram um tempo de incubação de 26±0,8 dias (mín. 23 e máx. 26 dias), as 25 ninfas de 1º estádio (N1), um período de desenvolvimento de 63±25 dias (mín. 16 e máx. 85); as 24 N2, 39±24 dias (mín. 21 e máx. 117); as 18 N3, 48±26 dias (mín. 16 e máx. 108); as 14 N4, 65±25 dias (mín. 14 e máx. 101) e as 10 N5 78±28 dias (mín. 22 e máx. 115). Chegaram a fase adulta 8 espécimes (6 fêmeas e 2 machos). O período médio que transcorreu de ovo até adulto foi de 325± 9,72dias, com durações mínima e máxima de 305 e 339 dias. A taxa de mortalidade registrada para cada estádio foi de 22, 4, 25, 22 e 28% respectivamente. Estes resultados sugerem a ocorrência de apenas uma geração por ano conforme já observado para a espécie simpatrica T. costalimai. Para o melhor entendimento desta espécie e da sua possível participação como vetor potencial do parasito T. cruzi, outros experimentos estão em andamento para avaliar a resistência ao jejum, tempo de defecação, quantidade de sangue ingerida, a capacidade de infecção por T. cruzi e a quantidade de parasitos por dejeção. Estes resultados contribuirão para conhecer sua capacidade vetorial e contribuirão para uma maior eficiência das ações de controle na região.