Analise enzimática do estresse oxidativo em algodoeiro (Gossypium hirsutum L.).

CARLOS ALBERTO MOLDES; FERNANDA MANCINI NAKAMURA; SILVIO M FERREIRA; SIU MUI TSAI

Piracicaba

Encuentro; XIII Encontro Científico dos Pós-graduandos do CENA/USP; 2007

Centro de Energia Nuclear na Agricultura

A adubação silicatada tem potencial de reduzir a suscetibilidade das plantas às doenças causadas por fungos e bactérias fitopatogênicas e estabelecer uma melhor predisposição fisiológica ao estresse abiótico. O estresse provocado por um fungo fitopatogênico pode aumentar significativamente a atividade de enzimas antioxidantes em plantas, em caso de se estabelecer uma interação compatível. A presença de silício tem mostrado diminuição dos efeitos do estresse oxidativo e também diminuição da atividade de enzimas antioxidantes frente a estresse bióticos. No presente trabalho, analisou-se o comportamento da atividade de enzimas antioxidantes em folhas de algodoeiro infestados pelo fungo fitopatogênico Ramularia areola, causador da mancha da ramulária, considerado atualmente como uma das maiores ameaças à produção de algodão na região do Cerrado brasileiro. As plantas foram cultivadas em solução nutritiva e suplementadas com doses de silício de 0, 25, 50, 75 e 100 mg L-1 em forma de silicato de potássio. Os resultados demonstram que os níveis da peroxidação lipídica (indicador de estresse oxidativo) não são alterados em plantas sadias submetidas às diferentes doses de silício. Também os perfis protéicos não são alterados significativamente. Houve, porém, aparecimento de um leve aumento das atividades de catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) e uma diminuição da ascorbato peroxidase APX dependente da dose de silício em plantas sadias. Está sendo feito atualmente o monitoramento da atividade de enzimas CAT, SOD e APX, e de indicadores de estresse oxidativo (peroxidação lipídica e eletrólitos) em plantas infestadas por Ramularia areola. Até o momento é possível ressaltar que o silício, direta ou indiretamente, altera o equilíbrio redox em folhas através da variação dose-dependente da atividade de enzimas antioxidantes, o que poderia ser um efeito positivo para o controle biológico do algodoeiro.