Morfometria da superfície auricular: aplicação de um novo método para estimativa do sexo em indivíduos adultos da Colecção de Esqueletos Identificados Século XXI

AZEVEDO SILVA, JOANNA; LUNA, LEANDRO; SANTOS, ANA LUISA

Belo Horizonte

Congreso; V Congresso Nacional de Antropologia Forense (CONAF); 2022

O osso coxal é considerado o mais sexualmente dimórfico em indivíduos adultos, sendo objeto de diversos estudos visando desenvolver métodos associados a estimativa sexual. O presente trabalho avaliou a aplicabilidade, em adultos idosos, do método desenvolvido para análise da superfície auricular em não adultos, proposto por Luna e coautores(2017). O método utiliza sete variáveis métricas, calculadas por medições realizadas sobre fotografias padronizadas da região. Também, analisa-se morfologicamente, compondo duas variáveis(OM e MRS). A amostra de 142 indivíduos, pertencentes à CEI/XXI com idades 61-75 anos, divididos em dois grupos: I- 38 indivíduos com idades 61-75 anos(16F/22M); II- 104 indivíduos(68F/36M) 76-97 anos. Na amostra, 64 indivíduos apresentavam ambas superfícies auriculares preservadas, avaliou-se a influência da lateralidade. Estatisticamente, recorreu-se ao SPSS e aplicaram-se: Mann Whitney; Kolmogorov Smirnov; coeficiente de correlação de Pearson; Kramer; a estatística ƞ. A função discriminante e regressão logística propostas no artigo original foram testadas. Observou-se diferenças significativas em duas variáveis métricas(AC/CI DE/AD), contudo casos corretamente classificados não ultrapassaram 60%. Os indivíduos femininos apresentaram 75% de casos corretamente classificados para MRS. Referencialmente a probabilidade de alocação correta, foi superior nos indivíduos femininos do Grupo II, com 60,3% OM e 61,4% MRS. Para regressão logística, verificou-se 77,2% de casos corretamente classificados para os indivíduos masculinos do Grupo I. Relativamente à influência da lateralidade, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. Considerando estes resultados, não recomenda-se recorrer ao método em indivíduos idosos. Contudo, ligeiras diferenças foram encontradas, e que podem estar sob influências de processos taxonômicos e de masculinização, que sugere serem incluídos em futuras investigações neste âmbito.