INVESTIGADORES
VALLEJOS Juan Ignacio
capítulos de libros
Título:
Dança e Filosofia
Autor/es:
VALLEJOS, JUAN IGNACIO
Libro:
1 Tradução: corpo dança história teoria filosofia ciéncias cognitivas
Editorial:
Grupo de Pesquisa Sentidos do Barroco
Referencias:
Lugar: San Pablo; Año: 2020; p. 50 - 51
Resumen:
Neste artigo que, à época de sua publicação, em 2004, anunciou qual seria o tema central de seu primeiro livro Le désoeuvrement chorégraphique (2009), Frédéric Pouillaude aborda um tema inescapável para a teoria e a história da dança no Ocidente: a relação problemática entre dança e notação. Se a maioria dos questionamentos sobre o uso desses sistemas enfatiza o inevitável elo da dança com a presença do corpo, Pouillaude afirma, ao contrário, que é uma contradição inerente ao projeto da própria notação coreográfica. A Chorégraphie de Feuillet foi concebida como um sistema que tinha que manter com a dança a mesma relação que a escrita alfabética mantém com a linguagem. No entanto, a decomposição de movimentos em um alfabeto, ou seja, em entidades simples plausíveis de serem combinadas em estruturas complexas, não cumpre a função suprema da escrita, que é construir o que Pouillaude chama de discurso, ou seja, uma composição semântica que excede seu caráter analítico e alcança a qualidade de um corpus.A coreografia "não diz nada" porque não consegue transbordar, atingindo o excesso poético do discurso. O texto de Pouillaude, a meio caminho entre a filosofia e a história da dança, oferece generosamente um ponto de partida para novas perguntas. O autor concentra-se na análise dos sistemas de escrita de dança como dispositivos para a padronização do movimento, mas não aborda as práticas de leitura da notação, um tópico que foi estudado por Marie Glon. Nessa perspectiva, algumas das fortes teses do texto poderiam ser relativizadas.No entanto, o trabalho de Pouillaude deixa pistas perturbadoras para pesquisas futuras: de onde vem o desejo de construir um sistema de codificação e compreensão/controle do movimento, isto é, que economia de poder dá origem a esse projeto na França do século XVII? Pode-se dizer que ambos os projetos, de Feuillet e Laban, coincidem com contextos autoritários. Qual é a relação entre autoritarismo e notação de movimento? Uma relação de poder é liberada ou perpetuada modificando o dispositivo da presença do professor por meio da notação? Todas essas são questões que este texto propõe investigar.