INVESTIGADORES
THOMAS Hernan Eduardo
artículos
Título:
Por uma política de ciência e tecnología de esquerda
Autor/es:
RENATO DAGNINO; ERASMO GOMES; GREINER COSTA; WILLIAM HIGA; HERNÁN THOMAS
Revista:
ALTERNATIVAS. SERIE: ESPACIO PEDAGOGICO
Editorial:
Universidad Nacional de San Luis
Referencias:
Lugar: San Luis; Año: 2004 vol. VIII p. 95 - 108
ISSN:
0328-8064
Resumen:
Este texto recolhe pontos levantados ao longo de um processo de reflexão que se iniciou no final na década de 70, no que é hoje o Departamento de Política de Científica e Tecnológica da UNICAMP,  e que acelerou-se há algum tempo, em função de discussões com militantes e simpatizantes de partidos de esquerda, a maioria dos quais pertencentes à comunidade de pesquisa brasileira atuantes em universidades, centros de pesquisa e órgãos de gestão, fomento e planejamento de C&T. Ele é uma reflexão que situa quase no limite entre o acadêmico e o político - característica que compartilha com a literatura de policy analysis - sobre o caráter que deveria ter uma Política de Ciência e Tecnologia e Inovação orientada a satisfazer as demandas por conhecimento implícitas no programa de transformação econômica e social defendido pela esquerda brasileira e, em geral, latino-americana. O trabalho têm como moldura estratégica a idéia de a esquerda, ao ocupar uma porção do aparelho de Estado de um país capitalista dependente, deve buscar uma reorientação na formação de recursos humanos e na pesquisa no sentido de reverter a herança de injustiça social e alavancar um novo projeto de desenvolvimento. Num plano tático, parte da idéia de que a abordagem da C&T da esquerda brasileira não está à altura do desafio cognitivo que coloca sua estratégia de mudança social e econômica. Por isso, inicia com uma crítica a esta abordagem. Em seguida apresenta fundamentos de um marco de referência orientado a balizar uma Política de Inovação coerente com aquela estratégia. O trabalho não reitera o consenso já logrado entre os “especialistas em C&T”. Ao contrário, explora questões que se considera polêmicas ou insuficientemente tratadas pela esquerda. Seu estilo, conciso, francamente normativo e quase provocador é evidentemente proposital, e se explicita já nas citações que o encabeçam. Ele tem a intenção de provocar uma extensão do campo explorado pelo debate em curso sobre as políticas públicas de natureza social e econômica. Em especial, busca interlocução com posições que partindo da crítica ao socialismo real – à centralização burocrática e à forma de organização do processo de trabalho que originou – propõem alternativas para a esfera da produção e do consumo baseados na economia solidária e na autogestão sem, no entanto, divisar o que aqui se considera significativos gargalos cognitivos, particularmente tecnológicos e científicos, que comprometem a viabilidade das mesmas.