INVESTIGADORES
KREIMER Pablo Rafael
artículos
Título:
“Internacionalização e tensões da ciência latino-americana”,
Autor/es:
PABLO KREIMER
Revista:
CIêNCIA E CULTURA
Editorial:
SBPC
Referencias:
Lugar: Sao Paulo; Año: 2011 vol. 63 p. 56 - 69
ISSN:
0009-6725
Resumen:
A internacionalização é uma dimensão que está presente desde as origens da pesquisa em países lati- no-americanos: a institucionalização e o  desenvolvimento de campos científicos “modernos” – em especial até  o fi- nal do século XIX e início do XX – estiveram estreitamente vinculados com as relações entre pesquisadores locais e os “líderes” de cada disciplina na Europa, quer nas visitas de “viajantes” à América Latina, ou nas  estadias de latino- americanos no exterior. Isso corresponde a uma primeira fase, que podemos denominar de “internacionalização fundadora”.Uma vez que as disciplinas foram estabelecidas em institui- ções locais, a natureza das relações entre pesquisadores se alterou: a definição das agendas de pesquisa e as inovações conceituais entram em jogo dentro de uma tensão “local- internacional”. Isso corresponde, portanto, a uma segunda fase, que podemos chamar de “internacionalização libe- ral” (1). Após o fim da Segunda Guerra  Mundial, enquanto se estabeleciam, na maioria dos países desenvolvidos, as políticas científicas e tecnológicas – e se institucionaliza- ram, consequentemente, os protocolos de cooperação em matéria de ciência e tecnologia – os laços internacionais tornaram-se mais “formais” e mais “institucionalizados”; foi a fase de internacionalização “liberal-orientada”.Durante o último quarto do século XX, essas relações se modificaram de um modo mais radical: se durante as eta-pas precedentes as negociações entre pesquisadores do de um “contrato  fechado”, do tipo “pegar ou largar”. É uma etapa marcada pela emergência de mega-redes (que podem incorporar em seu interior até 500 pesquisado- res) e de amplas “regiões de pesquisa”. Uma nova dinâ- mica torna-se, então, visível entre grupos hegemônicos e os de contextos periféricos. Poderíamos observar ali um paradoxo: os pesquisadores de elite dos países “não hege- mônicos” são crescentemente convidados a participar de consórcios internacionais, mas suas condições de acesso são cada vez mais restritas e as margens de negociação tendem a ser mínimas.O objetivo deste texto é o de aportar alguns elementos para a compreensão da última etapa, para o que anali- saremos, nos parágrafos que seguem, algumas questões emergentes dos períodos anteriores para, em seguida, tentarmos caracterizar os desafios atuais para  a ciência latino-americana.