INVESTIGADORES
PEICHOTO Maria elisa
congresos y reuniones científicas
Título:
Abordagem clínico-epidemiológica de loxoscelismo na região de Foz do Iguaçu-PR
Autor/es:
MARCELO EDUARDO LESCANO; MARÍA CRISTINA RÍPOLI; MARÍLIA MELO FAVALESSO; MARÍA ELISA PEICHOTO; FLÁVIO LUIZ TAVARES
Lugar:
Palotina
Reunión:
Simposio; IX SIMPÓSIO DE ZOONOSES COM INTERESSE EM SAÚDE PÚBLICA; 2019
Institución organizadora:
ASSOCIAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA DE MOLÉSTIAS INFECCIOSAS DOS ANIMAIS E DO HOMEM - Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná
Resumen:
O loxoscelismo é o quadro clínico-patológico, local e/ou sistêmico, produzido pelo envenenamento causado por aranhas do gênero Loxosceles sp. Epidemiologicamente, há particularidades de acordo com a região do país em que tais acidentes ocorrem, podendo a gravidade do quadro estar associada à espécie de Loxosceles envolvida. Nas últimas décadas, observou-se no Brasil um aumento nos registros de loxoscelismo, sendo o Paraná o principal estado responsável pelo incremento desta casuística. Embora seja notória a importância epidemiológica destes acidentes na região metropolitana de Curitiba (causados principalmente pela espécie L. intermedia, comumente associada às formas cutâneas), muito pouco se conhece a respeito do panorama epidemiológico desta zoonose na região da Tríplice Fronteira Brasileira. Embora sejam necessários mais estudos confirmatórios, a espécie predominante em Foz do Iguaçu é L. hirsuta, que não tem sido associada aos quadros de loxoscelismo cutâneo-visceral (formas graves da doença, com ocorrência de hemólise intravascular e coagulação intravascular disseminada). O objetivo do presente estudo foi descrever e analisar as características clínico-epidemiológicas de loxoscelismo no município de Foz do Iguaçu a partir de levantamento no banco de dados da Secretaria Municipal de Saúde, durante o período compreendido entre 2007 e 2016. De acordo com os dados, houve registro de 82 casos no referido período. Observou-se predomínio de acidentes em zonas urbanas (84,1%), sendo o número de acidentes similarmente distribuídos quanto ao sexo do indivíduo acidentado. As faixas etárias mais acometidas corresponderam àquelas que compreendem a população economicamente ativa, 20 a 29 anos (32,3% dos casos), 30 a 39 anos (17,1%) e de 40 a 49 anos (15,6%). As regiões do corpo mais acometidas foram perna (26,8%), pé (20,7%) e dedo do pé (8,5%). Houve predomínio absoluto das formas leves da enfermidade, com ocorrência de sintomas locais, como dor, edema, equimose e necrose, sendo esta última relatada em 36% dos casos. Somente quatro pacientes receberam a soroterapia específica, e não houve registro indicativo de quadros sistêmicos de loxoscelismo (forma cutâneo-visceral). O enfrentamento desta problemática envolve, entre outros fatores, uma abordagem voltada para a interface ambiental em que ocorre o contato homem-aracnídeo. Estabelecer o panorama vigente atual e a evolução de sua casuística é fundamental para a melhor compreensão e dimensionamento do perfil epidemiológico destes acidentes. Em conjunto, estas informações pretendem contribuir para nortear as ações em saúde voltadas para esta enfermidade.