INVESTIGADORES
RAMALLO Virginia
congresos y reuniones científicas
Título:
Linhagens maternas no Pampa gaúcho
Autor/es:
REITCHERT, LM; HUNEMEIER, T.; RAMALLO V; CERQUEIRA, SC; BISSO-MACHADO, R; SCHULER-FACCINI, L; BORTOLINI MC; GUNSKI, J
Lugar:
Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, Brasil
Reunión:
Jornada; XVIII Enconto de Geneticistas do Rio Grande do Sul; 2012
Institución organizadora:
UNIPAMPA
Resumen:
A região do Pampa gaúcho é habitada por uma população miscigenada, que descende principalmente de europeus, ameríndios e africanos. Além de dados históricos, a trajetória dessa população pode ser acessada por meio de marcadores genéticos, como os marcadores mitocondriais. O DNA mitocondrial (mtDNA) apresenta herança exclusivamente materna, permitindo o estabelecimento de haplogrupos, caracterizados por determinadas mutações, cuja origem geográfica pode ser determinada. No presente trabalho, objetivou-se identificar os haplogrupos do mtDNA presentes em uma amostra da  população do Pampa, a fim de quantificar a contribuição europeia, ameríndia e africana para a sua formação. Foi sequenciada a Região Hipervariável I (HVS-I: 16.024-16.569) e II (HVS-II: 001-576) da Região Controle do mtDNA de 47 indivíduos. A frequência de haplogrupos europeus, ameríndios e africanos foi, respectivamente: 0.640, 0.190 e 0.170.  A maioria dos indivíduos pertence ao haplogrupo europeu H (n=13), vindo a seguir o haplogrupo africano L (n=8). Os demais haplogrupos europeus tiveram a seguinte distribuição: J (n=6), T (n=3), K (n=3), U (n=2), I (n=1), X(n=1), W (n=1). Os haplogrupos ameríndios presentes foram: A2 (n=3), B2 (n=1), C1 (n=3), D1(n=2). A frequência de haplogrupos europeus (0.640) foi maior do que a encontrada em outro estudo para a mesma região (0.370, n=106; Marrero et al. 2007; Hum Hered 64: 160-171), no qual houve predomínio de linhagens ameríndias. A região do Pampa era habitada por grupos indígenas tais como os Charrua e Minuano quando da chegada dos colonizadores europeus (principalmente portugueses e espanhóis). Os nativos acabaram sendo exterminados, mas sua contribuição na herança materna está presente na população atual. Os africanos foram trazidos para a região pelos colonizadores, a fim de trabalharem nas estâncias, nas quais se criava gado, uma das principais atividades econômicas da região. O processo de mistura deu-se inicialmente de forma assimétrica, envolvendo homens europeus e mulheres nativas e africanas. Posteriormente, com a vinda de casais e famílias europeias, aumentou a contribuição materna desse grupo para a formação da população do Pampa, como foi possível verificar pela alta frequência de haplogrupos europeus na amostra analisada.