Mulheres e memória coletiva nas últimas ditaduras argentina e chilena: Marta Traba e Diamela Eltit

CRESPO BUITURÓN, MARCELA

Sao Paulo

Seminario; XIII Seminário de Estudos Literários: "Literatura Comparada e Estudos Culturais: Interseccoes"; 2016

Universidade Estadual Paulista

Os romances pelos quais me proponho a transitar, de uma maneira ou de outra apelam para a conservação da memória do genocídio, na tentativa de provocar uma ruptura dos discursos dogmáticos e, por isso, totalizadores de sentido. O tema é amplo e o tempo é curto. Desse modo tratarei de resumir algumas ideias nucleares em Conversación al sur, da escritora e crítica argentina Marta Traba, colocando-o em diálogo com Lumpérica, da também escritora e roteirista chilena Diamela Eltit, para ver, brevemente, duas estéticas muito diferentes com objetivos comuns: uma mais presa ao realismo, no caso da primeira; e uma espécie de fantasia barroca, no caso da segunda. Da mesma forma, outro traço as une: o diálogo que entabulam entre a literatura e outras artes, especialmente o teatro e as artes plásticas. São, além disso, duas trabalhadoras incansáveis, que estabeleceram laços com outros artistas do continente americano e também europeu, e que transcenderam a esfera local com um questionamento universal no qual colocam em primeiro plano a figura feminina nessa tentativa de preservação da memória coletiva e de luta contra o silenciamento, a invisibilidade e os dogmatismos.