CAPITAL SOCIAL: UM NOVO CONCEITO E UMA VELHA DISPUTA TEÓRICA

COWAN ROS, CARLOS; SCHNEIDER, SERGIO

Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil

Congreso; XLI CONGRESSO DA SOBER EXPORTAÇÕES, SEGURANÇA ALIMENTAR E INSTABILIDADE DOS MERCADOS; 2003

Sociedade Brasileira de Economia, Administraçao e Sociologia

Na última década a noção de capital social, entendida como o recurso que reside nas relações sociais de cooperação e reciprocidade, tem-se instalado no âmbito das políticas públicas como uma “nova panacéia” para a promoção do desenvolvimento. Porém, no âmbito acadêmico ainda não existe um consenso em torno a sua conceitualização e  implicâncias nos processos sociais em geral. Na literatura científica, existem duas perspectivas teóricas na analise desse conceito. Por um lado, encontram-se os estudos normativos, inspirados nas pesquisas de Putnam, que fazem ênfases nos “efeitos positivos” que têm o capital social na promoção do desenvolvimento econômico e na sua contribuição à “eficiência da sociedade”. Por outro lado, encontra-se a perspectiva proposta por Bourdieu, na qual se considera ao capital social como um recurso ou poder que é gerado e utilizado pelos agentes nas suas lutas simbólicas. O presente artigo tem por objetivo discutir a capacidade explicativa dessas perspectivas teóricas nos estudos dos processos sociais que envolvem a ampliação das relações que têm capital social e o papel que joga este último. Para isto, se analisa um fato empírico concreto, o processo de formação da Red Puna, a qual é uma organização de segundo grau de nível territorial que tem surgido na metade dos anos 90 no norte da Província de Jujuy, Argentina. Finalmente se expõe a maior capacidade explicativa que tem a perspectiva teórica de Bourdieu , em comparação às abordagens normativas, para explicar o caso empírico de referencia. Palavras chaves: capital social, poder, luta simbólica.