Uma abordagem das doenças na socioecologia dos primatas neotropicais.

KOWALEWSKI, M MARTIN

Recife

Congreso; II Congresso Latino Americano XV Congresso Brasileiro de Primatologia; 2013

Sociedad Brasileira de Primatologia

Os seres humanos são responsáveis por grandes mudanças nos habitats dos primatas e uma das consequências são alterações nos procesos de interações entre hospedeiros e parasitas. O efeito destas alterações sobre a transmissão de doenças é complexo. Sabemos que as doenças e os parasitas podem causar reduções nos tamanhos de população no curto prazo. A doença pode funcionar como um agente independente ou, em conjugação com outros fatores, no regulamento de populações de primatas. Por exemplo, em relação a uma mudança na floresta, primatas podem sofrer estresse dietário que pode agravar as consequências clínicas de uma infecção parasitária com imunossupressão. Por outro lado, a interação parasita-hospedeiro nem sempre é negativa e em muitos casos é necessário preservar tanto os hospedeiros quanto os parasitas, uma vez que as doenças infecciosas podem desempenhar um papel importante na manutenção da diversidade genética dentro das espécies e a biodiversidade a nível comunitário. Em geral, devemos nos perguntar: como o comportamento dos primatas, sua história de vida e sua ecologia influem sobre o  risco de transmissão das doenças? Neste trabalho, tentará se criar um modelo que considere o efeito da interacao de: características dos primatas (tais como o tamaño populacional e sua densidade, a organizacao social, o tamaño do grupo, a historia de vida, sistemas de acasalamento, o uso do espaco e a dieta), variaveis ambientais e alteracoes na paisagem, sobre as taxas de risco de encontro e a susceptibilidade dos mesmos a doencas infecciosas. A gestão de parasitas e doenças infecciosas é um desafio para a conservação dos primatas, especialmente em áreas de interface com seres humanos.