Avaliação da degradação das terras - Aplicação da Metodologia LADA nos municípios de estúdio do projecto RETESA - FAO ? Angola

PIETRAGALLA, VANINA; SHARPE, NICHOLAS; SOLAZZO, DAVID; RUBIO, CECILIA; GARCÍA, CÉSAR LUIS; BASTERRECHEA, TXARAN

FAO - Angola

Lugar: Luanda; Año: 2017 p. 32

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A primeira componente do Projecto RETESA (Reabilitaçãode terras e gestão das áreas de pastagem nos sistemas de produção agro-pastorisdos pequenos produtores no sudoeste de Angola) visa a melhoria do planeamento e a gestão depastagens e o reforço de capacidades a nível central, regional e local, para ummelhor entendimento dos processos de degradação. Para alcançar esses objectivos,é preciso entender o estado actual da degradação da terra, incluindo suascausas e os seus efeitos sobre os serviços ecossistémicos e os meios de vidadas comunidades locais. O Projecto RETESA escolheu adaptar a metodologia LADA (LandDegradation Assessment in Dryland Areas) para estes objectivos.No decorrer do exercício LADA no âmbito do projecto RETESA, foramelaborados vários relatórios, manuais, livros, material de treinamento,juntamente com cursos e sessões de treinamento para os diferentes níveis dasinstituições governamentais ligadas à matéria. Este é um relatório resumido quecontém as principais constatações sobre o estado dos recursos naturais, assimcomo algumas recomendações cujo objectivo é de apoiar a tomada de decisões.A avaliação foi realizada nos 5 municípios do projecto RETESA. Dois sítiosforam selecionados em cada município para a pesquisa de campo a escala local,fornecendo um total de 10 sítios (5 pontos Hot e 5 pontos bright). As análisesforam realizadas tanto no campo como através do uso de séries temporais deíndice de vegetação derivadas de dados de satélite. Os resultados indicam queos municípios podem ser agrupados em 3 grupos com base em índices bioclimáticosmultivariados (Grupo 1: Chongoroi e Quilengues, Grupo 2: Camucuio e Bibala,Grupo 3: Virei). Segundo o índice de vegetação (MOD13Q1, NDVI), as tendênciasnegativas dominam em todos os municípios. Observou-se um padrão de diminuiçãocontínua, o que pode indicar perda líquida na produtividade primária. A maiorparte da área do projecto, 70,4% - 30296 km2, apresenta umatendência negativa, 29,1% - 12531 km2 não mostra nenhuma tendênciasignificativa, e apenas 0,5% - 198 km2 mostra uma tendênciapositiva. Além disso, a duração da estação de crescimento diminuiu durante operíodo 2000- 2016, devido ao atraso no início da temporada de crescimento e umfinal previsto da temporada. A resiliência das comunidades e do meio ambiente aeventos climáticos extremos (secas e inundações) parece reduzir-se ao longo dotempo devido à degradação da terra pelas características naturais e sociais daárea. Apesar desses factos, o capital natural avaliado nos 10 sítios locaisapresentou índices de maior qualidade, quando comparado a outros capitais comoSocial, Físico e Financeiro. Isso mostra que os principais déficits são asáreas de infra-estrutura, acesso à educação, saúde, mercados e linhas decrédito para o desenvolvimento. Em quase todos os indicadores há uma tendênciaque mostra que os municípios do grupo 1 estão em melhor forma, com condiçõesdegradantes para o grupo 3. O problema da degradação da terra face à incertezaproduzida pela mudança climática, requer maior investimento e práticasadequadas de manejo de terras para garantir um futuro sustentável e produtivo.As principais recomendações requerem apoio técnico, científico epolítico para gerar acordos entre todas as partes interessadas. O objectivoprevê trabalho para o desenvolvimento de 5 pontos-chaves: 1- Educação, 2- Gestãode pastagem, 3 - Criação de resiliência, 4 - Protecção e regeneração do meioambiente e 5 - Melhoria da eficiência ao usar recursos limitados. As ferramentasidentificadas para programar acções no terreno são: Escolas do campo e JangoPastoril (Reuniões participativas de partes interessadas de pastagens).O sobrepastoreio e o desmatamento são os principais factores negativos, sendopressionados pelo aumento da população e por questões culturais. O gado e atransumância são uma parte necessária do ecossistema, mas devem ser devidamentegeridos para que possam ser transformados numa ferramenta de sustentabilidade.