"Vermelho, branco ou azul?" Construção de papéis, formas de sociabilidade e produção de prazeres em encontros BDSM na cidade de Córdoba, Argentina

AGUSTÍN LIARTE TILOCA

Práticas sexuais: itinerários, possibilidades e limites de pesquisa

Editora Devires

Lugar: Salvador; Año: 2019; p. 152 - 171

Esta apresentação parte de uma pesquisa que procura analisar a (re)produção de subjetividades e usos corporais em encontros onde foi permitido realizar práticas BDSM. O acrônimo foi apresentado pelos participantes como um conjunto de experiências que incluía bondage -amarrações e imobilizações com cordas-, relações de dominação / submissão, e sadomasoquismo. Vistas estas formas de sociabilidade como um tempero para as trocas sexo-eróticas cotidianas, essas instâncias de encontro BDSM envolviam uma primeira divisão entre participantes a partir de etiquetas adesivas com bordas coloridas: vermelho para dominantes / dominadoras, branco para submissos / submissas, e azul para curiosos / curiosas e switchs. Em outras palavras, escolher uma cor destinava-se a identificar-se com um papel sócio-sexual particular, o que implicava um posicionamento diferencial no decorrer das sessões, entendidas como os recortes de tempo e espaço onde foram feitas as práticas. Por isso, pergunto-me sobre os modos de construção de categorias classificatórias a partir da assunção de um papel sobre os outros, e como esse esquema de cores atravessou a produção de prazeres e as (im)possibilidades de relações sócio-eróticas entre as pessoas.