ICYTAC   23898
INSTITUTO DE CIENCIA Y TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CORDOBA
Unidad Ejecutora - UE
congresos y reuniones científicas
Título:
Efeito da poluição por ferro particulado na morfoanatomia e bioacumulação de três espécies de mangue no Estado do Espírito Santo
Autor/es:
ARRIVABENE H.P; SOUZA, I.C.; CÓ W.L.O; CONTI M.M; WUNDERLIN, D. A.; MILANEZ C.R.D
Lugar:
Espíritu Santo
Reunión:
Congreso; XIII° Congreso Brasilero de Ecotoxicología (ECOTOX); 2014
Institución organizadora:
XIII° Congreso Brasilero de Ecotoxicología (ECOTOX)
Resumen:
No estado do Espírito Santo, algumas áreas de manguezal estão sujeitas à poluição por ferro particulado (MPFe) proveniente de atividades mineradoras. Entretanto, o efeito deste poluente em plantas de manguezal não é bem conhecido. Objetivamos analisar comparativamente a morfoanatomia e bioacumulação de ferro em folhas de Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle em cinco áreas de manguezal do Espírito Santo expostas a diferentes níveis de MPFe. Para o propósito deste estudo, o Porto de Tubarão, localizado no município de Vitória, foi considerado a principal fonte de MPFe no estado. O estudo foi conduzido em cinco áreas localizadas a diferentes distâncias do Porto de Tubarão: área 1, em Vitória, a 7,2 Km de distância; área 2, em Vitória, a 8 Km de distância; área 3, em Cariacica, a 13,4 Km de distância; área 4, em Aracruz, a 38,4 Km de distância; e área 5, em Conceição da Barra, a 198 Km de distância. As áreas 1, 2 e 3 foram escolhidas por estarem próximas da fonte de MPFe. Adicionalmente, a área 3 é também exposta a partículas provenientes de uma ferrovia que transporta minério de ferro. Devido à direção predominante dos ventos no estado ser nordeste, as áreas 4 e 5, localizadas ao norte da fonte de MPFe, foram consideradas áreas de referência para este estudo. Para a avaliação de possíveis danos morfoanatômicos foliares, a morfologia foi analisada visualmente, enquanto a anatomia foi analisada seguindo técnicas usuais em anatomia vegetal (N=4). A micromorfologia foliar foi analisada em microscópio eletrônico de varredura (MEV) e o material particulado (MP) sedimentado sobre as folhas foi analisado quimicamente por espectrometria de energia dispersiva de raios-X (EDX) em MEV (N=2). O teor de ferro foi quantificado em amostras de sedimento, água intersticial e folhas (N=3) e os dados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (P<0,05). Nenhum indivíduo das áreas amostradas exibiram danos morfológicos ou estruturais nas folhas. O acúmulo de MP sedimentado sobre as folhas seguiu a ordem: área 3 > áreas 1 e 2 > áreas 4 e 5. Os indivíduos da área 3 mostraram acúmulo significativo de PMFe, enquanto nas folhas das áreas 4 e 5 o MPFe raramente foi observado. A deposição de MP diferiu entre as espécies, com altos níveis em A. schaueriana, seguido por L. racemosa e R. mangle, oque parece estar relacionado às diferenças micromorfológicas na superfície foliar das espécies. Em R. mangle, a natureza glabra das folhas e a cutícula cerosa parecem ser responsáveis pela menor deposição de partículas, enquanto a grande quantidade de glândulas de sal em A. schaueriana, as quais liberam uma solução salina para a superfície foliar, resultam na maior adesão de partículas. As glândulas de sal esparsas de L. racemosa parecem ser responsáveis pelo nível intermediário de deposição de MP. A concentração de ferro no sedimento variou pouco entre as áreas de manguezal. Já a concentração de ferro na água intersticial foi menor nas áreas 1, 2 e 3, provavelmente devido aos maiores níveis de poluição nessas áreas (SOUZA et al., 2014). Em manguezais onde o esgoto doméstico é lançado, a maioria dos metais adicionados são adsorvidos em sítios de troca catiônica ou são precipitados como sulfetos insolúveis (TAM e WONG, 1993). Foi encontrado maior teor de ferro foliar em A. schaueriana e L. racemosa coletadas na área com maior poluição por MPFe (área 3), o que sugere a absorção foliar desse elemento, uma vez que a biodisponibilidade do metal no substrato foi baixa. Usando os métodos descritos, A. schaueriana, L. racemosa e R. mangle mostram-se tolerantes ao MPFe, uma vez que não foram encontrados danos foliares evidentes. Este estudo demonstra, ainda, a necessidade de avaliar a via utilizada pelas plantas expostas ao MPFe para absorção de poluentes atmosféricos.