Nanofósseis Calcários do Campaniano no Membro Lachman Crags (Formação Santa Marta), norte da Ilha James Ross, Península Antártica

DO MONTE GUERRA, R.; FAUTH, G.,; CONCHEYRO, A.; DE ARAUJO CARVALHO, M.; RODRIGUEZ CABRAL RAMOS, R.

Santos

Congreso; 46º Congresso Brasileiro de Geología; 2012

Estudos realizados na Península Antártica sempre suscitam interesse da comunidade científica. Apesar de possuir importante registro sedimentar do Cretáceo Superior, a Ilha James Ross possui escassos estudos micropaleontológicos, distribuídos principalmente em ilhas próximas. O presente estudo exibe o primeiro registro de nanofósseis calcários em rochas do Membro Lachman Crags, base da Formação Santa Marta (Grupo Marambio). O estudo provém de 99 amostras coletadas em afloramento situado no local conhecido como Col Crame (coordenadas: 63º49´44”S e 57º53´32”W), norte da ilha James Ross, constituído por uma sucessão de arenitos muito finos a médios, siltosos, intercalados com argilitos e siltitos laminados, bem como tufos vulcânicos e escassos níveis de lapilli acrecional. São comumente encontrados fósseis de invertebrados marinhos (amonóides, belemnites, inoceramídeos), bem como troncos petrificados, madeira fóssil carbonizada/carbonificada e moldes de folhas e talos no interior de concreções carbonáticas. As amostras foram coletadas durante a expedição do projeto “Prospecção de Fósseis do Cretáceo da Bacia de James Ross”, no verão antártico de 2006-2007. Foram recuperadas 40 espécies de nanofósseis calcários. A assembleia fossilífera, dominada por Watznaueria barnesiae, Tranolithus orionatus, Eiffelithus eximius, Reinhadtites anthophorus, Staurolithites zoensis, Arkhangelskiella cymbiformis e Gartnerago segmentatum, indica deposição dos sedimentos durante o estágio Campaniano podendo atingir a parte superior do Santoniano, o que condiz com as interpretações feitas anteriormente baseadas em outros grupos fósseis.