IDEAN   23403
INSTITUTO DE ESTUDIOS ANDINOS "DON PABLO GROEBER"
Unidad Ejecutora - UE
congresos y reuniones científicas
Título:
Florações de dinoflagelados durante Cretáceo - Eoceno da sub-bacia James Ross, Antarctica
Autor/es:
CARVALHO, M. ; ABBATE, V. ; AMENABAR, CECILIA R.; SANTIAGO, G. ; COSTA, H.
Lugar:
Cuiabá
Reunión:
Congreso; Congresso Brasileiro de Paleontologia-Cuiabá-MT; 2022
Institución organizadora:
Sociedade Brasileira de Paleontologia
Resumen:
Estudos anteriores mostram que registros de florações dinoflagelados fósseis são relativamente bem conhecidos. Esse fenômeno natural de proliferação de algas, normalmente ocorre devido a mudanças ambientais ou climáticas abruptas, onde a floração ocorre de maneira monoespecífica ou com poucas espécies. Na Antártica foram reconhecidos alguns eventos de floração de dinoflagelados, especialmente durante o Cretáceo, mas também em alguns estratos cenozoicos. Nesse estudo, ainda preliminar, são caracterizados 5 eventos de floração de dinoflagelados, sendo 3 reconhecidas no material coletado na Sub-bacia James Ross, Península Antártica (Cretáceo e Eoceno) e 2 eventos obtidos da literatura; um do latest Maastrichtian, e um do latest Maastrichtian/Danian (limite K/T). Em uma seção da Formação Santa Marta (Santoniano inferior) foi registrado uma floração da espécie Odontochitina porifera. O acme de abundância alcança 80% da associação marinha (92 cistos em total). A floração coincide com os menores valores de elementos terrígenos (esporos, grãos de pólen e fitoclastos) indicando um ambiente marinho distante de fontes terrígenas. Na formaçõ Snow Hill Island (Campaniano superior - Maastricthiano inferior), um pico de abundância de Impletosphaeridium clavus (73% e 31% da associação marinha, respectivamente) foi identificado, que foi produzido em resposta a um pulso frio durante o Cretáceo, mas não implica necessariamente o desenvolvimento de cobertura de gelo marinho. No entanto, o acme da Impletosphaeridium clavus (99% do conjunto marinho) no final do Cretáceo (latest Maastrichtian) de uma seção da Formação López de Bertodano foi informado em lá literatura. Em esta misma seccion o acme registrado representa várias espécies do gênero Manumiella (68% dos cistos). O gênero é relacionado a ambiente costeiro e plataforma interna pode indicar regressões de curto prazo e/ou resfriamento oceânico antes do limite K/Pg. Finalmente, um acme de ambos táxones poderia ser uma combinação de águas frias e um mar ambiente com águas superficiais ricas em nutrientes que teria favorecido o aumento das gêneros. No início do Paleoceno (Daniano), a literatura mostra que a Formação Sobral revela um aumento da espécie Senegalinium obscurum (23% dos cistos) perto da base de uma unidade rica em glauconagem, que ajuda a identificar a limite de K/Pg na Ilha Seymour. Ademais, em esta mesma formação foi registrada Palaeoperidinium pyrophorum, em intervalos que ocorrem em grandes números (........). Enfim, na Formação La Meseta (Eoceno médio a tardio), nos alomembros Valle de las Focas e Acantilados I ou Telm 1), o acme é atribuído à espécie do dinoflagelado ou acritarch Enigmadinium cylindrifloriferum, que atinge mais de 90% das amostras analisadas (média de ~150 cistos). Trabalhos anteriores associam a alta abundância da espécie ao ambiente marinho raso e estressante possivelmente em uma parte externa do estuário, dominada por ondas, dada a forte influência marinha. É evidente que as causas das florações são variadas, mas que elas se repetem consistentemente em todo o Mesozóico e Cenozóico da Antárctica. Estas ocorrem principalmente com cistos peridinoides (Manumiella, Senegalinium, Palaeoperidinium) e, em menor medida, com cistos gonyaulacoides (Odontochitina porifera, Impletosphaeridum e possivelmente Enigmadinium). Essas flores de cisto peridinoides marcam bioventos, alguns dos quais são reconhecidos mundialmente (e.g. Manumiella spike).