Paleontologia e evolucionismos no sul da América: também um debate sobre oceanos e continentes

LOPES, MARIA MARGARET; PODGORNY IRINA

Buenos Aires

Otro; "Lugares del Saber"; 2005

UTDT-Agencia

As obras de Darwin foram referenciais para todos que se dedicaram às investigações paleontológicas no sul da América na segunda metade do século XIX. Distanciando-se da polarização reducionista darwinista / anti-darwinista que marcou uma etapa historiográfica anterior sobre as ciências no Brasil e na Argentina, este texto é parte de estudos mais abrangentes envolvendo a controvérsia de amplitude internacional estabelecida pelos trabalhos de cooperação científica de Carlos e Florentino Ameghino (La Plata / Buenos Aires, Argentina) e Hermann von Ihering (São Paulo, Brasil) que desafiaram as interpretações correntes, transferindo para a Patagônia argentina os centros de evolução e distribuição dos vertebrados. Na transição para o século XX, essa geração de estudiosos, na América e na Europa, que já incorporara idéias evolucionistas, discute entre outros aspectos, as concepções biogeográficas de Wallace, nos quadros mais amplos das teorias globais das seqüências estratigráficas geológicas e paleontológicas do sul da América, que levaram à formulação de Hermann von Ihering de sua teoria sobre as pontes continentais.