IDIHCS   22126
INSTITUTO DE INVESTIGACIONES EN HUMANIDADES Y CIENCIAS SOCIALES
Unidad Ejecutora - UE
congresos y reuniones científicas
Título:
O mundo pré-colombiano nalguns ensaios do indigenismo argentino e latino-americano, na primeira metade do século XX
Autor/es:
MAILHE, ALEJANDRA
Lugar:
Belo Horizonte
Reunión:
Conferencia; Conferencia para el Doctorado en Historia; 2020
Institución organizadora:
Universidade Federal de Minas Gerais
Resumen:
Desde algum tempo atrás, eu venho me dedicando a pensar como se gera a obsessão, entre os americanistas das primeiras décadas do século XX, por voltar sobre o mundo pré-colombiano como base da unidade continental, e como o acervo arqueológico se erige numa fonte de inspiração para o arte culto, desde o Art Decó até as vanguardas estéticas primitivistas.Esse americanismo, fascinado com uma unidade continental arcaica, pode ser pensado como resposta à desacralização do mundo provocada pela modernização e pelo positivismo. E é muito raro no contexto argentino do início do século XX, em geral dedicado a celebrar, no Centenário, a identidade inmigrante e/ou européia de sua população. Por isso nesse período Carlos Octavio Bunge pode se ufanar, en Nuestra América, de que Argentina ?a diferença do resto do continente?, tem ?superado? os escolhos de suas populações pretas e indígenas (dizimadas pelas guerras civis, as doenças e os vicios), ou José Ingenieros (que pensa o lugar privilegiado da Argentina no continente, desde um eurocentrismo próximo de Bunge) pode sublinhar, em Nacionalismo e indianismo, o erro de Ricardo Rojas, por ter escolhido a sociabilidade do interior como matriz identitária, quando o país se define pela imigração moderna.Precisamente pela sua marginalidade, tenho interesse em repensar, como latinoamericanista, os poucos intelectuais argentinos ou rioplatenses que, no início do século XX, quebram essa matriz eurocêntrica. Em especial, vou me centrar em autores vinculados ao espiritualismo, que forjam um americanismo culturalista, pensando a identidade como um ethos, como uma intrahistória situada por debaixo das conjunturas políticas. Nesse sentido, vou me referir brevemente a alguns textos americanistas do médico esoterista Henri Girgois, do arqueólogo amateur Adán Quiroga, do ensaísta Ricardo Rojas (em seu período de fascinação esotérica com a arte pré-hispânica, em 1930), e do pintor vanguardista Joaquín Torres García. A ideia é ver a continuidade das estéticas e das epistemologias de entre-séculos até as vanguardas, e a formulação de uma unidade continental subreptícia, por debaixo ou além da economía ou da política, alternativa ou complementar dos latino-americanismos dominantes nos anos vinte e trinta.