INVESTIGADORES
CAVAGLIERI Lilia Renee
congresos y reuniones científicas
Título:
Análises micológicas e determinação de aflatoxinas por elisa competitivo e HPLC em rações para eqüinos no Rio de Janeiro, Brasil.
Autor/es:
KELLY M. KELLER, LUIZ KELLER, BEATRIZ QUEIROZ, JESSIKA RIBEIRO, LILIA CAVAGLIERI, MARCELO FRAGA, GLORIA DIREITO Y CARLOS A. R. ROSA
Lugar:
Buzios (Brasil)
Reunión:
Congreso; II Congreso Latinoamericano de Higienistas de Alimentos; 2005
Institución organizadora:
Colegio Brasilero de Médicos Veterinarios Higienistas de Alimentos
Resumen:
INTRODUCIAO O crescimento fúngico é a principal causa da diminuição da qualidade dos alimentos, pela deteriora e produção de micotoxinas causando efeitos adversos sobre a saúde humana e animal1. Aspergillus, Penicillium e Fusarium são os principais gêneros contaminantes de grãos e rações. As micotoxicoses em eqüinos estão relacionadas com a ingestão de milho e rações contaminados por micotoxinas. Quando pensamos em aflatoxinas (AFTs), observamos que há poucos dados referentes tanto à micobiota toxígena em alimentos para eqüinos como em relação à ocorrência de aflatoxicose nesta espécie. Os sinais clínicos já relatados2 incluem depressão do SNC, anorexia, perda de peso, icterícia e hemorragias subcutâneas. Conhecer os fungos toxígenos, as micotoxinas produzidas e seus efeitos tóxicos é indispensável aos médicos veterinários voltados à preservação da saúde animal. Dado o alto valor econômico que esses animais podem apresentar, e em função do potencial de contaminação de rações e grãos para eqüinos por micotoxinas, e da escassez de dados sobre aflatoxicose nessa espécie este estudo foi idealizado. Objetivou-se identificar a micobiota toxígena e detectar suas toxinas produzidas presentes em amostras de rações fornecidas a eqüinos nas principais vilas hípicas do Rio de Janeiro, estabelecendo o risco de micotoxicoses. MATERIAL E MÉTODOS A determinação da micobiota das amostras obtidas nos diferentes períodos de coleta, a partir de vilas hípicas do Rio de Janeiro foi realizada de acordo com Dalcero et al.3. Realizou-se a detecção de AFTs através de métodos de ELISA competitivo com kits da Beacon (Beacon Analytical Systems, Inc, Portland, EUA), de acordo com as indicações dos fabricantes4. Os resultados das amostras positivas em Kits ELISA Beacon foram comparados por análises de HPLC5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os maiores valores de unidades formadoras de colônias por grama de amostra (ufc.g-1) foram obtidos a partir de amostras de aveia laminada, em meio DRBC (1,2x105 ufc.g-1), mantendo elevados níveis também nos meios DG18 (1,1x105 ufc.g-1) e DCPA (6,4x104 ufc.g-1). Dentre as amostras de ração analisadas, as médias mais elevadas foram em ração não peletizada, com valores de até 1,0x104 ufc.g-1. É conhecido que a alta temperatura, umidade e pressão características do processo de peletização destroem a maioria dos conídios fúngicos nos alimentos6. Resultados mostraram que amostras de ração peletizada embora procedentes de uma área de clima tropical, não exibiram contaminação com carga fúngica superior aos limites tolerados. Em geral, tem sido demonstrado que os propágulos fúngicos constituem um indicador da qualidade higiênica das rações6. Foram isoladas 185 cepas de seis gêneros fúngicos: Aspergillus spp. e teleomorfos (40,54%), Penicillium spp.(18,38%), Fusarium spp.(16,22%), Cladosporium spp.(9,73%), Alternaria spp.(7,03%) e Nigrospora spp.(0,54%), além da ordem Mucorales (7,57%). Vinte e cinco cepas do gênero Aspergillus foram identificadas em nível de espécie, sendo o A. flavus o de maior prevalência (36,0%). Entretanto outras espécies foram isoladas em menor incidência como: A. niger (16,0%), A. candidus (16,0%), A. ochraceus (8,0%), A. puniceus (8,0%), A. fumigatus (4,0%), A. caespitosus (4,0%), A. flavipes (4,0%) e A. tamarii (4,0%), estando dentre estas algumas toxígenas e patogênicas. A análise ELISA em placas indicou contaminação por aflatoxinas em 20,0% das amostras de aveia, com médias de 2,93 ± 2,08 ng/g. Ração peletizada apresentou contaminação média de 6,87 ± 8,86 ng/g em 88,23% das amostras e 60,0% das amostras de ração não peletizada, tiveram níveis de 5,28 ± 5,44 ng/g. Uma boa correlação foi obtida para o kit, r= 0,978. Os resultados obtidos com a aplicação do kit Aflatoxin Plate quando foram comparados  em HPLC  em fase reversa (C18) mostraram um valor de r= 0,9851, confirmndo a eficiencia dos kits utilizados para a detecção de AFTs na faixa de > 2,0 e < 80,0 ng.g-1. A análises por HPLC demonstraram que as amostras estavam contaminadas com aflatoxina B1, entretanto uma amostra de ração apresentou-se contaminada com aflatoxinas B1,B2, G1 e G2. CONCLUSÕES A alta ocorrência de fungos toxígenos dos gêneros Aspergillus, Penicillium e Fusarium justifica um monitoramento micotoxicológico rotineiro das rações fornecidas à eqüinos, principalmente no que tange à contaminação por Aflatoxinas. A metodologia analítica baseada na técnica de ELISA competitivo empregada para a detecção de AFTs foi eficiente, mostrando excelente correlação quando comparadas com metodologias de HPLC dentro da faixa preconizada pelos fabricantes. Deve-se aplicar com mais rigor medidas de controle para minimizar a ocorrência de micotoxinas no alimento desses animais, reduzindo o risco de micotoxicoses. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Hussein, S.H., Brasel, J.M., 2001. Toxicology,  v.167, 101-134. 2. Cruz L.C.H.; Rosa, C.A.R.; Campos, S.G. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.7, p. 127-128, 1985. 3. Dalcero, A.; Magnoli, C.; Chiacchiera, S.; Palacios, G. & Reynoso, M. Mycopathology, v. 137, p. 179-184, 1997. 4.  Beacon Analytical Systems Inc. (www.beaconkits.com) acessado em 24/02/2005. 5.  Seiber J.M. and Hsieh D.P.H. 1973.  J. Assoc. Off. Anal. Chem. 56(4): 827-830. 6. Belém, P.A.D. Introdução ao estudo das micotoxinas de interesse em Medicina Veterinária. Imprensa Universitária-UFV, Viçosa, 18 pp.