AVALIAÇÃO DAS MUDANÇAS NA FREQUÊNCIA DE EVENTOS EXTREMOS FRIOS PARA O SUL DA AMÉRICA DO SUL NO CLIMA FUTURO

MÜLLER GABRIELA V.; ANDRADE KELEN; REPINALDO CINTIA R.; CAVALCANTI IRACEMA F.A

Mendoza

Congreso; XI Congreso Argentino de Meteorología (CONGREMET XI); 2012

Centro Argentino de Meteorólogos

O clima terrestre está em constante modificação, e mudanças geofísicas são capazes de causar alterações naturais nos padrões climáticos do planeta, influindo na incidência solar, na órbita terrestre e inclusive nas erupções vulcânicas. Por outro lado, a atmosfera também sofre constantes mudanças em sua composição devido à ação antropogênica, principalmente após o início do período industrial até a atualidade. A região sul da América do Sul é frequentemente afetada pela passagem de sistemas frontais, que são responsáveis, principalmente, por incursões de ar frio e acumulados significativos de chuva, causando impacto na agricultura e hidrologia locais, o que tem uma influência direta nos setores econômico e social da região. Objetivando investigar as frequências atuais e futuras destas incursões de ar frio na chamada “Pampa Húmeda” argentina (área 3), no centro-norte do Uruguai e sul do Brasil (área 2), e na região oriental do Paraguai e sul do Brasil (área 1), são utilizados os dados de reanálise NCEP/NCAR, o modelo Hadley e o modelo GFDL na versão acoplada oceano-atmosfera. São utilizados dados diários de maio a setembro, para os períodos 1961-1990, representando o clima presente, e 2081-2100, para o cenário futuro, considerando sempre os cinco eventos mais extremos. Em geral, na maioria das comparações para o tempo presente, ambos modelos reproduzem os padrões obtidos a partir dos compostos da reanálise do NCEP para o decréscimo de temperatura maior que 10°, apresentando configurações dos campos de pressão, temperatura e vento em 850 hPa e escoamento em 250 hPa bem simulados, no entanto, podendo algumas vezes não representar o valor das anomalias. Para o tempo futuro, o modelo GFDL prevê uma maior anomalia negativa de temperatura em 850 hPa na área 3 e um menor alcance latitudinal da linha de temperatura 0° nas áreas 2 e 3. No modelo Hadley, para a mesma situação, a linha de 0° pouco ultrapassa a latitude de 40° na área 1, chegando a apenas 45° nas outras áreas. Para eventos de temperatura inferior a 0°, o GFDL subestima suas frequências em relação ao NCEP em todas as áreas, no entanto, nas simulações para o futuro, apresenta anomalias mais fracas em relação ao presente. Já o Hadley, que falha em simular os campos de pressão, apresenta-se coerente em relação às temperaturas nas áreas 1 e 2, mostrando anomalias mais fracas em relação ao NCEP, as quais são ainda mais fracas para o tempo futuro.