IMBIV   05474
INSTITUTO MULTIDISCIPLINARIO DE BIOLOGIA VEGETAL
Unidad Ejecutora - UE
congresos y reuniones científicas
Título:
Evolução e coevolução em redes ecológicas
Autor/es:
ANDREAZZI C; ASTEGIANO J; GUIMARAES JR, PR
Lugar:
Puerto Iguazú
Reunión:
Simposio; Reunión Binacional de Ecología; 2016
Resumen:
Um dos principais desafios para os estudos de redes ecológicas é entender os processos ecológicos e evolutivos que moldam os padrões de organização das redes de interação entre espécies na natureza. Características fenotípicas, tais como tamanho e coloração, podem modular a probabilidade de uma interação ou restringir a interação entre espécies que potencialmente interagem (i.e. interações proibidas), dessa forma influenciando os padrões de organização das redes ecológicas. Nesta palestra nós exploraremos como diferentes relações funcionais entre características fenotípicas que influenciam a interação entre espécies moldam a dinâmica evolutiva e a estrutura de redes de interações antagonistas, como predação e parasitismo. Para tal, nós desenvolvemos modelos matemáticos que descrevem a coevolução dessas características fenotípicas. Nós consideramos que a probabilidade de interação entre duas espécies pode ser determinada por duas relações funcionais entre tais características: (i) acoplamento fenotípico ou (ii) barreiras de exploração. Nós parametrizamos estes modelos com dados empíricos de riqueza e conectância de 89 redes antagonistas. Encontramos que modelos baseados tanto no acoplamento fenotípico quanto em barreiras de exploração reproduziram a estrutura de mais de 50% das redes empíricas. Para as demais redes os modelos tenderam a subestimar o aninhamento e superestimar a modularidade, independente da relação funcional entre as características fenotípicas. Os modelos de coevolução entre espécies por acoplamento fenotípico ou barreiras de exploração também previram taxas de turnover de interações semelhantes, as quais variaram de 0 a 50 % das interações (média = 38%), compatíveis com as já reportadas na literatura. Apesar das duas relações funcionais reproduzirem redes com características estruturais e turnover de interações semelhantes entre si, a evolução das características fenotípicas diferiu entre os modelos. A evolução fenotípica foi mais flutuante no modelo de acoplamento fenotípico e mais direcional no modelo de barreiras de exploração. Portanto, a coevolução mediada por diferentes regras funcionais resultou em diferentes dinâmicas coevolutivas mas não teve impacto sobre a organização das redes de interação antagonistas. Nossos resultados evidenciam a relevância de combinar informações sobre as características fenotípicas das espécies com estudos de estrutura de redes ecológicas para entender a dinâmica evolutiva e co-evolutiva das interações em comunidades ricas em espécies.