IMBICE   05372
INSTITUTO MULTIDISCIPLINARIO DE BIOLOGIA CELULAR
Unidad Ejecutora - UE
capítulos de libros
Título:
Desenvolvimento do Olho
Autor/es:
NÉSTOR GABRIEL CARRI
Libro:
Embriologia Humana
Editorial:
Guanabara-Koogan
Referencias:
Lugar: Rio de Janeiro; Año: 2006; p. 334 - 344
Resumen:
O homem é um animal óptico por excelencia, assim como outros animáis sao, por exemplo, olfatorios. Cabe entao incluir um parágrafo introdutório que explique por que o olho é um órgao tao particular, assim como o seu desenvolvimento embriológico, onde interagem mecanismos celulares e moleculares que geram um órgao integrado ao complexo sentido da visáo. O sistema visual resulta de um prolongamento nervoso central para o exterior, para recolher informacSes do meio ambiente. Seu componente sensível, a retina neural, é constituido por neurónios expostos ao meio através de superficies transparentes, que recolhem informacoes luminosas. A retina, que, em esséncia, é parte do sistema nervoso, recebe estímulos físicos que transforma in situ em impulsos nervosos. Recordemos, por meio de estudo do fundo do olho, que existe urna janela através da pupila para visualizar a retina neural, especialmente sua superficie vitrea e seus neurónios subjacentes. Na retina, a fina lámina multicelular, exposta a luz através de proteínas transparentes, permite a passagem de ondas eletromagnéticas até os fotorreceptores, para sua transducao e seu destino final no nivel dos centros cerebrais. A transparencia de tecidos e de humores se torna fundamental na funcao do olho, o qual deve ser um órgao diáfano, e se mantém durante sua embriogénese. O sistema de defesa próprio do órgao é conhecido como "privilegio imune", ja que o mesmo deve manter sua integridade sem participacao do processo inflamatorio, o que afetaria a transparencia dos tecidos. Em seu desenvolvimento, o olho recorre freqüentemente a urna marcante apoptose, que elimina rápidamente as células, com ativa fagocitose por parte de células vizinhas nao-macrofágicas. Ademáis, numerosos fatores neurotróficos intervém, os quais regulam mecanismos complexos durante a embriogénese. O primeiro primordio do olho aparece em embrioes de 22 dias, no nivel do prosencéfalo (Fig. 23.1). Todavia, o tubo neural permanece aberto em sua porfao mais cefálica. Ñas pregas neurais do prosencéfalo, aparecem os sulcos ópticos, um de cada lado da linha media. A Fig. 23.2 mostra um corte transversal no nivel dos sulcos ópticos, onde esses próprios sao formados pelo neuroectoderma do tubo neural. Mais adiante, no 21° ou 28e dia, os sulcos ópticos dao origem a duas evagina^Ses laterais denominadas vesículas ópticas, em cada um dos lados do prosencéfalo (Fig. 23.3). Crescendo por proliferacao neuroblástica, dentro da carnada mesodérmica que as rodeiam, as vesículas chegam a entrar em contato com o ectoderma superficial dessa zona, que se torna mais espesso e, por inducao, forma os placóides do cristalino (ou lente) (Fig. 23.3). Em um corte frontal no nivel do prosencéfalo (Fig. 23.4), podemos apreciar melhor as estruturas que estamos descreyendo. A Fig. 23.5 apresenta um grau mais avancado no desenvolvimento do prosencéfalo, em urna visao frontal. Na metade esquerda (lado direito da figura), foram eliminados os tecidos que cobrem as porfoes anterior e media do cerebro, e observa-se como a vesícula óptica se invaginou para originar urna estrutura em forma de cúpula, o cálice óptico. O mesmo permanece unido ao prosencéfalo por meio de um pedículo, o pedículo óptico. Na outra metade (lado esquerdo), foi realizado um corte frontal para visualizar o interior do cálice e do pedículo ópticos e também a cavidade do prosencéfalo. Observa-se, além disso, que o placóide do cristalino acompanha o cálice em seu processo de invaginacao. Ao final da 5~ semana (Fig. 23.6), o cálice óptico se encentra formado por duas carnadas: a camoda interna e a camoda externa, as quais limitam um espado intra-retiniano. A invaginafao que deu origem ao cálice óptico produziu também urna fenda, a fissura coróide, na sua parte ventral, que se estende também até o pedículo óptico. Pela fissura coróide passam a arteria e a veia hialoideas. A parte distal destes vasos degenera, enquanto a parte proximal da origem aos vasos da retina. O placóide do cristalino continua sua invaginacao e, neste estágio, converte-se a vesícula do cristalino que, todavia, permanece em conexao com o ectoderma superficial. Esta vesícula fica assim situada na abertura do cálice óptico. O pedículo óptico está agora em conexao com o diencéfalo. Na Fig. 23.6 principal, está assinalado o plano de corte transversal desse pedículo, que é mostrado na figura complementar. Ali foram assinaladas as estruturas descritas, rodeadas por um mesénquima. Este último, que também rodeia o cálice óptico, foi excluido da figura principal. ....